Neste estudo, vamos responder às perguntas abaixo:
1. A quem se destinava a mensagem?
2. Quem roubava?
3. Como se roubava?
4. O que eram os dízimos?
5. O que eram os dízimos?
6. O que eram as ofertas?
7. O que eram as bênçãos?
8. O que eram as maldições?
Muito se tem falado sobre o assunto "Dízimos e Ofertas". Pregadores, usados por suas instituições religiosas, ou simpatizantes destas, utilizam-se de diversos meios de comunicação para enfatizar o "distanciamento do egoísmo" por parte dos ouvintes, objetivando suprimento das mais variadas necessidades, originadas das mais diversificadas formas de convencimento, denominadas de "pregação do evangelho", baseados, principalmente no verso 8, do capítulo 3.
O livro
começa com uma “sentença” contra Israel. Então poderemos dizer que tudo que
está relatado no livro é contra todo o povo? A princípio parece isso, mas o
cap. 1, versos de 1 a 5, relata a dúvida do povo quanto ao amor de Deus. A
partir do verso 6, começamos a perceber o objeto da “sentença” do verso 1: “a
reprovação aos atos dos sacerdotes”, pois eles eram porta-vozes do altíssimo e
deveriam guardar o conhecimento e o povo procurar neles a instrução (2:7). Os
Sacerdotes estavam se desviando do caminho e, pelas suas instruções, muitos
incorriam no erro (2:8). Estes foram responsabilizados pelos tropeços de
“muitos”. Podemos deduzir que “muitos” que tropeçavam eram quase a totalidade
do povo, pois Deus não aponta “quem” no meio do povo estava livre de algum
erro, porém, é bom lembrar que “muitos” nunca quer dizer “todos”.
A
introdução do livro fala em “sentença” e discorre em seguida contra os erros
declarados dos sacerdotes (1:6-14), mas iremos começar de fato a estudar o
livro através de uma questão localizada no verso mais utilizado pelos
pregadores modernos para confirmar a obrigação de “devolver” 10% dos ganhos dos
fiéis, no capítulo 3, verso 8:
Malaquias
3:8
8
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos?
Nos dízimos e nas ofertas.
A princípio
responderemos às perguntas 1 e 2:
1. A quem se destinava a mensagem?
2. Quem roubava?
O verso
8 afirma: ‘Quem roubava’ na frase “vós me roubais” e ‘O que roubavam’ na frase
“nos dízimos e nas ofertas”; e como não temos os nomes ou termos que identificam
diretamente os que roubavam, vamos analisar pelas ações.
Após
afirmar que havia quem roubava e em que roubavam, em 3:9 parece dizer quem é o
culpado:
Malaquias
3:9
9 Com
maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
Devemos
não nos esquecer do que já falamos acima, que os sacerdotes eram os porta-vozes
do altíssimo e o povo deveria buscar instruções com eles e eles deveriam
guardar o conhecimento. Mas fizeram tropeçar a muitos, tornando-os culpados.
Porém em 1:10, Deus desejou que houvesse entre os sacerdotes quem fechasse as
portas para que não acendessem em vão o fogo para queimar a oferta:
Malaquias
1:10
10
Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis,
debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos
Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.
E no
verso 10, do capítulo 3, Deus ordena o que eles deveriam fazer para não
incorrer no erro:
Malaquias
3:10
10
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha
casa; (...)
A Nova
Versão Internacional (NVI), traduz este verso da seguinte forma:
Tragam
o dízimo todo ao depósito do templo para que haja alimento na minha casa; (...)
Perceberam
que falta algo? Normalmente nunca percebemos quando somos condicionados a
pensar exatamente de uma única forma. O inimigo tem tentado cegar os mais
sinceros cristãos. O verso acima ordena trazer os “dízimos”. Pergunto: “e as ofertas?”; por
que foram omitidas se o roubo era de “dízimos e ofertas” e não apenas de
dízimos? O livro de Malaquias tem a resposta.
Descobrindo
o Engano
Descobriremos,
dentro do próprio livro, que os dízimos e as ofertas de hoje não são os dízimos
e nem as ofertas relatadas no livro de Malaquias.
Como
então poderemos identificar os que roubam no livro, se não são citados? Se suas
ações são relatadas, mas parece que apenas a metade do roubo seria sanada? Para
identificarmos os que roubavam devemos observar algumas perguntas feitas dentro
do livro. Por quem essas perguntas são feitas? Vejamos:
1.2 Eu
vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de
Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, (...)
1.6 O
filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha
honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o SENHOR dos
Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
1.7
Ofereceis, sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do
SENHOR é desprezível.
2.17
Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos?
3.7
Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos e não os
guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR
dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar?
3.8
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
3.13 As
vossas palavras foram duras para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
3.14
Vós dizeis: Inútil é
servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e
em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?
Percebe-se
que o diálogo direto é com os Sacerdotes e podemos afirmar que eles eram o alvo
da advertência e os próprios que roubavam, respondendo, assim, às nossas
perguntas 1 e 2.
1. A quem se destinava a mensagem;
R. Aos sacerdotes.
2. Quem roubava;
R. Os sacerdotes (bem como a nação
por não ser instruída por eles).
As
advertências eram dirigidas diretamente aos sacerdotes (2:1). Os roubos
começavam neles e depois faziam muitos tropeçarem (2:8); daí, por aceitarem
seus erros, a culpa passava também à nação (3:9)
Identificando
o objeto do roubo
Mas
como os sacerdotes roubavam? E o que roubavam?
Para
responder, vamos retornar aos versos 8 e 10:
Malaquias
3:8 e 10
3.8
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
3.10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que
haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem
medida.
A
ausência da ordem para “trazer” a oferta (v10), mas identificando como sendo
roubada (v8), só nos leva a relacionar com a reprovação aos sacerdotes por
“ofertarem animais defeituosos”, iniciada no verso 6, do capítulo 1 e
justificada a partir do verso 7:
Malaquias
1:6 a14
1.6 O
filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? —diz o SENHOR dos Exércitos a
vós outros, ó
sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
1.7 Ofereceis sobre o
meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te
havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível.
1.8 Quando trazeis
animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso,
terá ele agrado em ti e te será favorável? —diz o SENHOR dos Exércitos.
1.9
Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará
ele a vossa pessoa? —diz o
SENHOR dos Exércitos.
1.10
Tomara houvesse entre vós quem fechasse as portas, para que não acendêsseis,
debalde, o fogo do meu altar. Eu não
tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a
oferta.
1.11
Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em
todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é
grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos.
1.12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se
oferece, isto é, a sua comida, é desprezível.
1.13 E
dizeis ainda: Que canseira! E me
desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós
ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria
eu isso da vossa mão? —diz o
SENHOR.
1.14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo um
animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos
Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações.
O
desprezo para com o nome do Senhor, por parte dos sacerdotes, cumpria-se nas
ofertas de sacrifícios realizadas pelos sacerdotes. Estas ofertas deveriam ser
do melhor e mais perfeito animal, porém, animais cegos e aleijados eram
oferecidos e o Senhor “rejeitava” essas ofertas.
A prova
de que a desonra era tamanha, está no verso 8:
Malaquias
3:8
8
Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando
trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso,
terá ele agrado em ti e te será favorável?
O roubo
nas ofertas não passava de “ofertas de sacrifícios” realizadas com “animais
aleijados e/ou doentes”.
E o
roubo nos dízimos? O que significa?
Malaquias
3:5 a 7
5
Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os
feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra
os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o
direito do estrangeiro, e não
me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.
6
Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos.
7 Desde
os dias de vossos pais, vos
desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e
eu me tornarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar?
Havia
opressão ao órfão e à viúva e desrespeito ao direito do estrangeiro. Estes
recebiam, em certo período, dos dízimos, conforme Deuteronômio 14:28-29:
Deuteronômio
14:28 e 29
28 Ao
fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os
recolherás na tua cidade.
29
Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro,
o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão,
para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos
fizerem.
Deuteronômio
10:17 e 18
17 Pois
o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus
grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno;
18 que faz justiça ao órfão e à
viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e vestes.
O
dízimo era uma forma de o Senhor dar aos estrangeiros, pão e vestes (Cf Lev.
27:30 e 32). Quanto aos órfãos e viúvas, inúmeras passagens mostram que os
dízimos os sustentavam, amenizando o sofrimento pela ausência do marido, para
as viúvas, e dos pais, para os órfãos.
Portanto,
o dízimo era mandamento de Deus e tinham função social, para sustendo dos
órfãos, viúvas, estrangeiros e levitas. Este conceito, além de explícito na
bíblia, também é confirmado pelo dicionário da Bíblia Almeida, conforme imagem
abaixo:
Fonte:
Bíblia Online versão 3.0 – Sociedade Bíblica Brasileira - 2002
Órfãos,
viúvas e estrangeiros eram os alvos do benefício material aos quais o dízimo
proporcionava, assim como toda a tribo de Levi (os levitas) que não tinha herança
e fazia o trabalho da obra de Deus (Cf. Deuteronômio 14:28-29):
Deuteronômio
16:11
11
Alegrar-te-ás perante o SENHOR, teu Deus, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o
teu servo, e a tua serva, e o
levita que está dentro da tua cidade, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão no meio de ti, no
lugar que o SENHOR, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome.
Deuteronômio
16:14
14
Alegrar-te-ás, na tua festa, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e
a tua serva, e o
levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão dentro das tuas
cidades.
Deuteronômio
24:17
17 Não
perverterás o direito do estrangeiro
e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva.
Deuteronômio
24:19-21
19
Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de espigas,
não voltarás a tomá-lo; para o
estrangeiro, para o órfão e para a viúvaserá;
para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas mãos.
20
Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será.
21
Quando vindimares a tua vinha, não tornarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será o restante.
Deuteronômio
26:12-13
12
Quando acabares de separar todos os dízimos da tua messe no ano terceiro, que é
o dos dízimos, então, os darás
ao levita, ao
estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das
tuas cidades e se fartem.
13
Dirás perante o SENHOR, teu Deus: Tirei de minha casa o que é consagrado e dei
também ao
levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva,
segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado; nada transgredi dos
teus mandamentos, nem deles me esqueci.
Deuteronômio
27:19
19
Maldito aquele que perverter o direito
do estrangeiro, do órfão e da viúva. E todo o povo dirá: Amém!
Se em
Malaquias a opressão era sobre órfãos, viúvas e estrangeiros, e a repreensão
era sobre os sacerdotes, pelos atos indignos, parece lógico que os Sacerdotes
eram os opressores, ou coniventes, pois conforme o verso 7 do capítulo 2, era
por eles que o povo deveria ser instruído:
Malaquias
7:2
Porque
os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os
homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.
O que acontece
se o mensageiro falhar? Certamente o povo não será bem instruído e haverá uma
sucessão de erros.
Pode-se
perceber que no contexto de Malaquias 3:5-10, é tratado:
1. Do juízo contra alguém (verso 5);
2. Dos motivos do juízo(5);
3. Da misericórdia do Senhor(6);
4. Da acusação, já antiga, de não guardar o mandamento(7);
5. Da acusação do roubo(8)
6. Do resultado de continuar negligente(9);
7. E da solução, que era voltar para ao Senhor.(10):
Malaquias
3:5-10
5 Chegar-me-ei a vós outros
para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os
adúlteros, e contra os
que juram
falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão,
e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor
dos Exércitos.
6 Porque eu, o Senhor, não
mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.
7 Desde
os dias de vossos pais, vos
desviastes dos meus estatutos e não os guardastes;
tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos
Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
8
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me
roubais e
dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
9 Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para
que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós
bênção sem medida.
Portando,
temos a resposta para as questões 3 e 4:
3. O que se roubava?
R: Produtos agropecuários
4. Como se roubava?
R: Não concedendo a quem de
direito (nos dízimos) e não ofertando ao Senhor o que era melhor (nas ofertas).
Agora, responderemos às últimas
questões:
5. O que eram os dízimos
6. O que eram as ofertas?
7. O que eram as bênçãos?
8. O que eram as maldições?
Quanto aos DÍZIMOS,
confirmamos o que relata o dicionário da Bíblia Almeida: os dízimos eram “dos
frutos da terra e dos animais”. A bíblia confirma:
Levítico
27:30, 32
30
Também todas as
dízimas da terra, tanto dos
cereais do campo como dos frutos das árvores, são
do SENHOR; santas são ao SENHOR.
32 No tocante às dízimas do
gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será
santo ao SENHOR.
Mateus
23:23
Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do
endro e do cominho e
tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a
misericórdia e a fé; devíeis,
porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!
Dízimo
nunca foi dinheiro
Portanto, dízimo, na bíblia, nunca foi e nem
será dinheiro, mas somente produtos da agricultura e pecuária. Nem tão
pouco os doadores se identificavam.
Portanto,
se o dízimo de hoje não tem as características de ser agropecuário, não pode
ser considerado o dízimo da bíblia, pois tinha fins sociais e era dado aos
menos favorecidos: órfãos, viúvas, estrangeiros e aos da tribo de Levi
(levitas).
Respondendo
à pergunta 5:
O que eram os dízimos?
R.: produtos agropecuários
Notem
nos contextos de Malaquias que as ofertas eram mais importantes que os dízimos:
as ofertas eram para serem oferecidas a Deus, em sacrifício, e o dízimo era um
mandamento de Deus para benefício de homens: órfãos, viúvas, estrangeiros e
Levitas.
As
ofertas têm duas vertentes para a não aceitação pelo Senhor:
1. A infidelidade conjugal (2:10 a 16)
2. Ofertas de animais imperfeitos (1:7 a 14)
Como,
pois, os sacerdotes ofereciam sacrifícios ao Senhor de animais defeituosos se
as ofertas que recebiam deveriam ser de animais sem defeito ou mácula?
Lembrando
que os sacerdotes não tinham terras para plantar e criar, e seu sustento era
único e exclusivo do dízimo, só existiriam duas possibilidades de terem na mão
animais defeituosos para poderem sacrificar:
1. O povo estava entregando animais com defeito para serem
sacrificados, tornando os sacerdotes negligentes por aceitarem; ou
2. Os animais defeituosos advinham dos dízimos.
Parece,
segundo o relato de Levítico 27:30 a 34, que a segunda opção mais se ajusta ao
contexto. Analisemos:
Levítico
27:30-33
30
Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos
das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.
31 Se
alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa, acrescentará a sua
quinta parte sobre ela.
32 No
tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o
que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao Senhor.
33 Não se investigará se é
bom ou mau, nem o trocará; mas, se dalgum modo o trocar, um e outro serão
santos; não serão resgatados.
No
verso 32 informa que “de tudo o que passar debaixo da vara do pastor o décimo será santo ao Senhor” e no verso 33 ordena
que “não se investigará se é bom ou mau”, uma alusão para “ser ou não ser
defeituoso”. No mesmo verso, ainda ordena que, se for trocado, ambos, o mau que
fora trocado e o bom, irão para o Senhor. Não serão resgatados. Ou seja, se o
décimo animal era um animal cego, ele não deveria ser trocado por um bom, mas
poderia juntar um animal bom ao animal defeituoso e separar ambos para o
senhor. Por isso a afirmação de que após esse ato, “não serão resgatados”.
Isso
mostra que onde tinham dízimos de animais, tinham animais defeituosos. Como o
sacerdote utilizava animais para sacrifícios, esses animais que sacrificavam em
oferta ao Senhor e não era aceita, provavelmente advinham dos dízimos, pois
advinha dos dízimos o sustento dos sacerdotes.
Portanto,
como relatado no livro de Malaquias, as ofertas roubadas não passavam de
animais sacrificados ao Senhor de forma imprudente pelos sacerdotes, pois a
oferta deveria ser “do melhor” para Deus.
Continuando,
respondemos à pergunta 6:
O que eram as ofertas?
R.: Animais sacrificados ao
Senhor.
O que
eram as bênçãos?
Quaisquer
riquezas, às quais se atribuem o valor textual aos dias atuais?
O que
seriam as janelas do céu?
Malaquias
3:10
10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que
haja mantimento na minha casa; e
provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não
vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.
Gênesis
7:11
Nesse
tempo Noé tinha seiscentos anos. No dia dezessete do segundo mês, se
arrebentaram todas as fontes do grande mar, e foram
abertas as janelas do céu,
Gênesis
8:2
As
fontes do grande mar e as
janelas do céu se
fecharam. Parou de chover,...
Na bíblia de Jerusalém, comentando sobre o verso de Malaquias, diz
que os beduínos, ainda hoje, chamam as chuvas de “bênçãos”.
Razão maior para se ter chuva é que havia a necessidade de água
para fazer crescer os produtos de onde se tiravam os dízimos e sustento do
povo: da agricultura e da pecuária. Ou seja, o dízimo
era o resultado da bênção.
Respondendo à pergunta 7:
O que eram as bênçãos?
R.: As chuvas, necessárias para
se obter os dízimos do fruto da terra e do gado. (Cf. Lev. 27:30 e 32)
E as maldições? O que realmente eram? Quem era o devorador?
Malaquias
2:1-2 e 3:9 e 11
1
Agora, ó sacerdotes, para vós outros é este mandamento.
2 Se o
não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o
Senhor dos Exércitos, enviarei
sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as
tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração.
9 Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.
11 Por
vossa causa repreenderei
o devorador para que
não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não
será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
Os sacerdotes como os principais responsáveis, são citados no
verso 1 do capítulo 2 e o Senhor condiciona a bênção à honra ao seu nome. Com
certeza a maldição já estava imposta quando o Senhor não aceitou a oferta da
mão do sacerdote (1:6-14)
A continuidade dos maus atos (roubo nos dízimos [3:5-9] e roubo
nas ofertas [1:6-14 e 3:8-9]) ocasionava a falta
de chuvas as
quais proporcionavam a geração de dízimos e ofertas (produtos agropecuários) e ação de gafanhotos:
Joel
1:4
O que
deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o
migrador, comeu-o o gafanhoto
devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor.
A falta de chuva e a ação da praga de gafanhotos dizimavam, isso
mesmo, dizimavam (destruíam) os produtos agropecuários, de onde se tiravam os
dízimos e as ofertas.
Em Malaquias 3:11, o Senhor já falava para aqueles que propuseram
no coração fazer a sua vontade:
Malaquias
3: 11
11 Por vossa causa repreenderei o devorador para que não vos consuma o
fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos
Exércitos.
Uma
confirmação de Joel 2:25:
Joel
2:25
Restituir-vos-ei
os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo
cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros.
E
também em Malaquias 3:16-17:
Malaquias
3:16-17:
16
Então, os que
temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR atentava e
ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHORe para
os que se lembram do seu nome.
17 Eles
serão para mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos
Exércitos; poupá-los-ei
como um homem poupa a seu filho que o
serve.
Respondendo pergunta 8, concluímos:
O que eram as maldições?
R.: A falta de chuvas e a ação
destruidora dos gafanhotos sobre a agricultura e pecuária
Como
relatado inicialmente, o propósito central era responder às oito questões sobre
dízimos e ofertas.
Abaixo
todas relatadas e respondidas conforme o estudo:
1. A quem se destinava a mensagem?
R.: Aos sacerdotes.
2. Quem roubava?
R.: Os sacerdotes (bem
como a nação por não ser instruída por eles).
3. O que se roubava?
R.: Produtos
agropecuários
4. Como se roubava?
R.: Não concedendo a
quem de direito (os dízimos) e não ofertando ao Senhor o que era melhor (as
ofertas)
5. O que eram os dízimos?
R.: Produtos
agropecuários
6. O que eram as ofertas?
R.: Animais sacrificados
ao Senhor
7. O que eram as bênçãos?
R.: As chuvas
necessárias para se obter os dízimos do fruto da terra e do gado (Cf. Lev.
27:30 e 32)
8. O que eram as maldições?
R.: A falta de chuvas e
a ação da praga de gafanhotos
Conclusão
Portanto, deve-se fazer justiça e findar com o costume de cobrar
tal imposto utilizando-se da palavra de Deus para ludibriar as pessoas de boa
fé, tementes a Deus. Deus espera que falemos a verdade e não usemos de
sutilezas para esconder a verdade e nos beneficiar do recurso que Ele dispõe a
cada filho seu.
Somos sabedores das nossas responsabilidades quanto à manutenção
do ministério do Senhor nesta terra; e como exemplo, Deus nos deixou escrito
através do seu servo Paulo:
2
Coríntios 9:7
Cada um
contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama
a quem dá com alegria.
A alegria é a chave. Mas se tem pregado muito sobre necessidade. O
Pai celeste não necessita de dinheiro para que sua obra avance, mas sim de
homens de coragem e oração, como fora o apóstolo Paulo.
Os lideres hoje utilizam Paulo como exemplo, mas não se fazem
exemplos por ele (com raríssimas exceções), como relatou:
2
Coríntios 12:14
Eis
que, pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado;
pois não vou atrás dos vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos
entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos.
Hoje os valores estão invertidos: no período até a morte de Jesus,
os “ricos” (agropecuaristas) sustentavam os “pobres” (Órfãos, viúvas,
estrangeiros e levitas) e hoje os que se dizem sacerdotes são ricos e os que
sustentam via congregações, na sua maioria, pobres. Os membros, que têm boa fé,
apenas crendo, não fazem como os de Beréia:
Atos
17:11
Ora,
estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a
palavra com toda a avidez, examinando
as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.
Quem dera os líderes de hoje tivessem o mesmo sentimento que houve
nos apóstolos, influenciando os liderados:
Atos
2:44
Todos
os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.
Atos
4:32
Da multidão
dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente
sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.
Que Deus nos ajude a nos livrar do enganador e a quem ele enviar.
Carlos Alberto Gomes de Oliveira - Carloscodo@gmail.com
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