Publicado em 21/10/2013 - 20:55
A família humana pode ter sido menos diversificada do que se
imaginava anteriormente. A descoberta de cinco crânios de 1,8 milhão de
anos atrás, na Geórgia, pode colocar em xeque a teoria de que várias espécies do gênero Homo conviveram no período Pleistoceno.
Os fragmentos de nossos ancestrais, encontrados nas montanhas de Dmanisi, apresentavam diferenças significativas entre si, mas como pertencem ao mesmo sítio arqueológico e foram datadas como sendo do mesmo período devem se tratar de indivíduos da espécie Homo erectus, considerado o mais provável antecessor do Homo sapiens.
O resultado foi publicado na Science e o estudo foi conduzido pelo diretor do Museu Nacional Georgiano, David Lordkipanidze. O pesquisador acredita que a descoberta pode representar que as espécies Homo habilis e Homo rudolfensis, na verdade, eram apenas variações, ou no máximo, subespécies mais primitivas de Homo erectus.
O hominídeo tinha um cérebro que media um terço do volume do humano moderno, fronte projetada e mandíbulas salientes como um símio.
Os ossos foram encontrados juntamente com ferramentas de pedra que
sugerem o abate de animais. Para Lordkipanidze, trata-se da ”coleção
mais rica e completa de restos incontestáveis de Homo primitivo
encontrada. Os cinco indivíduos de Dmanisi são claramente diferentes
entre eles, mas não mais diferentes do que quaisquer indivíduos humanos
modernos ou cinco chimpanzés de uma população dada. Nós concluímos que a
diversidade em uma espécie é mais regra que exceção”.
Mas nem todos os especialistas concordam. “Penso que as conclusões a
que chegaram estão mal orientadas. O que temos é uma criatura da qual
não tínhamos visto evidências antes. Poderia ser algo novo e não entendo
porque estão relutantes em pensar que deve ser algo novo”, afirmou Bernard Wood, diretor do programa de doutorado em “paleobiologia de hominídeos”, da Universidade George Washington.
A descoberta também levantou polêmica entre religiosos e teóricos do criacionismo,
que se mobilizaram nas redes sociais para interpretar o achado como uma
suposta evidência de que o homem não evoluiu de antigos primatas.
Contudo, mesmo para cientistas que discordam de uma maior biodiversidade do gênero Homo, as pesquisas georgianas apenas podem encurtar os galhos da árvore genealógica humana e não derrubá-la.
Fonte: DN
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