sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Presença de zika em saliva ainda não indica contágio por beijo, tranquiliza especialista

O infectologista Anastácio Queiroz alertou que, independentemente da zika, pessoas com sintoma de mal-estar devem evitar contato íntimo

A divulgação do mais recente estudo sobre o vírus zika causou polêmica. É que, nas vésperas do feriadão de Carnaval, a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) anunciou que o vírus foi encontrado em amostras de saliva e de urina. Por isso, beijos poderiam ser uma forma de transmissão.

Em entrevista ao Tribuna do Ceará, o infectologista Anastácio Queiroz minimizou o problema. Ele explica que o estudo pode ter encontrado a presença do vírus em fase aguda, mas não é correto ainda afirmar que todo contato com secreções será motivo de infecção.

Infectologista alertou para que doentes não tenham contato íntimo (FOTO: Reprodução TV Jangadeiro)

“Na verdade, pessoas que estão doente de qualquer natureza não podem ter contato íntimo com outras. Se sentir qualquer sintoma de mal-estar, como febre, dores, deve-se evitar contato com qualquer tipo de secreção, pois há possibilidade de infectar outra pessoa”, explica.

Por isso, ao se sentir doente, deve-se evitar beijos e relações sexuais, pois qualquer tipo de infecção pode ser transmissível. “Mas não é uma regra para todos os casos. Há possibilidades”.

Além disso, o médico ressaltou que o diagnóstico da zika é demorado, pois não existem laboratórios no Nordeste. Dessa forma, o sangue infectado é enviado a Belém, para ser analisado. Por isso, nem todo mundo consegue discernir se está ou não com a doença de modo rápido.

“A zika é benigna. O problema é em mulheres grávidas. Normalmente, você passa uma semana com a doença. Algumas pessoas sentem coceira depois, mas um pouco”, explica.

Estudo

A FioCruz anunciou nesta sexta-feira (5) o estudo que, de acordo com os pesquisadores, revela uma possível nova forma de transmissão. Segundo o presidente da fundação, Paulo Gadelha, a descoberta é super importante para as pesquisas sobre o vírus.

Doença era transmitida somente pelo mosquito Aedes aegypti (Foto: Divulgação)
Doença era transmitida somente pelo mosquito Aedes aegypti (Foto: Divulgação)

“Essa comprovação tem um significado muito grande porque, até então, todas as evidências não significavam capacidade de infecção. Muda o patamar e a forma que fazemos a pesquisa”.

A evidência foi baseada na análise de amostras de dois pacientes com sintomas compatíveis com a doença. Até hoje, o vírus só era transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo capaz de transmitir a dengue e a chikungunya.

As recomendações são para que grávidas evitem beijar qualquer pessoa e evitar compartilhar copos e talheres até que as pesquisas confirmem a possível transmissão.

  Fonte: Tribuna do Ceará

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | hospedagem ilimitada gratis